Quem foi Muhammad?

Muhammad: o último mensageiro de Deus para a humanidade

Muhammad nasceu em Meca no ano de 570, em um ambiente no qual predominavam a idolatria e as guerras tribais, a Arábia pré-islâmica. No entanto ele nunca se identificou com tais práticas, e buscava o verdadeiro Deus no seu íntimo. Em função disso, de tempos em tempos subia para o alto de uma montanha, e ficava meditando acerca da criação de Deus.

Em uma dessas vezes, quando estava na gruta de Hirá, nesta montanha, o anjo Jibril Gabriel lhe apareceu revelando os primeiros versículos do Alcorão. Também foi anunciado que Muhammad , então com 40 anos, seria um profeta que convocaria as pessoas à crença de um Deus Único, fechando assim a cadeia de profetas e mensageiros que o antecederam, como Noé, Ibrahim Abraão, Moisés, Davi, Jesus, entre outros (que a bênção e a paz de Deus estejam sobre todos eles). Todos vieram pregando a mesma mensagem, a do Islam (ou seja, a submissão a um Deus Único), em vez do politeísmo.

Após esse episódio, Muhammad passou a conclamar as pessoas à adoração de um Deus Único. Isso fez com que muitas pessoas que auferiam lucros e prestígio com a idolatria e a peregrinação, que era feita na Kaaba para os 360 ídolos ali existentes, se opusessem à sua pregação. A principal tribo da época e que controlava tal peregrinação era a tribo de Curaix, que foi a mais ferrenha na perseguição ao profeta e seus seguidores.

No ano 622, os muçulmanos que foram perseguidos por 13 anos na cidade de Meca migraram para a cidade de Medina, onde puderam constituir o primeiro Estado islâmico, e esta passagem ficou conhecida historicamente como Hégira. Esse também é o momento que foi utilizado para marcar o início do calendário islâmico (lunar).

O profeta Muhammad , utilizando a mensagem pacificadora do Islam, conseguiu unir todas as tribos que viviam em guerra, muitas vezes por motivos banais. Não se fazia mais distinção entre um árabe e um não árabe, entre o rico e o pobre, entre o senhor e o escravo, pois o critério que Deus utiliza é o da temência, ou seja, o melhor perante Deus é o mais temente a Ele.

Os seus ensinamentos transformaram a população, uma vez que a mensagem revelada por Deus garantiu direitos às mulheres nunca antes vistos, ensinou que deveríamos ser obedientes e bondosos com nossos pais, respeitosos e amáveis com a nossa família (esposa, marido, filhos etc.) – fortalecendo os laços de parentesco –, bem como com os idosos e vizinhos, não fraudar, caluniar nem trair, dentre tantas outras práticas que tornam o ser humano uma criatura melhor.

Após alguns anos, os muçulmanos retornaram à cidade de Meca sem nenhum combate, purificando a Kaaba – que havia sido construída pelos profetas Ibrahim Abraão e seu filho Ismail Ismael para a adoração de um Deus único – dos ídolos que ali se encontravam.

O mensageiro Muhammad teve a sua trajetória documentada ainda em vida. Seus passos, atos e dizeres eram anotados por seus companheiros, e hoje temos tudo isso registrado no que chamamos de Sunna (ditos e atos do profeta). Esta é uma das fontes da jurisprudência islâmica, e é por onde devemos extrair os exemplos para nossa conduta diária, a fim de nos espelharmos nos exemplos práticos do último mensageiro enviado para guiar a humanidade. Afinal, mesmo entre aqueles que o perseguiam, o profeta Muhammad era conhecido por ser confiável, justo, honesto, misericordioso, entre tantas outras nobres qualidades.

O profeta faleceu no ano de 632, em sua casa, com 63 anos. Nesse período, a maior parte da península arábica já havia se tornado muçulmana de forma voluntária. Até porque, como diz Deus, o Altíssimo, no Alcorão:

“Não há imposição quanto à religião”

Al-Quran 2:256 (parte)

A partir daí, o que se viu – e se vê até hoje – foi a expansão do Islam pelos quatro cantos do mundo, cujo impulso para tamanho crescimento sempre foi a moral e a boa conduta observada em seus praticantes que são coerentes com a mensagem final trazida pelo profeta Muhammad .